terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Região da queda do helicóptero registra cinco mortes neste ano

Os três acidentes nos trechos de São Bento e Jaraguá do Sul questiona a segurança do tráfego aéro local

Daiane Zanguelini  |  daiane.vieira@an.com.br
O acidente aéreo que matou o piloto Luciano Fagundes de Souza, na sexta-feira, em São Bento do Sul, fez muitas pessoas questionarem se é seguro voar na região.

Somente neste ano, no trecho entre São Bento do Sul e Jaraguá do Sul, ocorreram três acidentes aéreoscom cinco mortes. Neste último, Luciano, que tinha 31 anos e era funcionário da Seka Transportes, pretendia voar da sede da empresa em Araquari para a filial em Rio Negrinho. Ele decolou às 14h15 de sexta-feira e caiu às 14h30, perto da fazenda da Weg.

O oficial de segurança de voo da 2ª Companhia de Aviação da Polícia Militar de Joinville, capitão Alessandro José Machado, explica que a região onde ocorreu a queda é considerada difícil para voo por causa da geografia acidentada, do excesso de neblina e da mudança constante do clima.

— Isso faz com que as condições de voo mudem rapidamente, dificultando a viagem—, explica Alessandro.

O capitão afirma que é importante o piloto conhecer a geografia do local que será sobrevoado e informar o trajeto aos órgãos de controle de tráfego aéreo.

— É recomendado que o voo seja comunicado à sala de informações do aeroporto, onde o piloto será orientado sobre as condições de voo.

Na região, os órgãos mais próximos ficam em Curitiba, Navegantes, Joinville e Florianópolis. Ele também destaca que não é recomendado voar quando há chuva fina.

No sábado, o comandante da 2ª Companhia de Aviação, major Nelson Coelho, afirmou que os órgãos de controle da região não receberam comunicação sobre o voo. A confirmação chegou perto das 21 horas de sexta-feira e as buscas aéreas começaram às 6 horas de sábado. Os destroços foram encontrados perto do meio-dia.

Família do piloto busca explicaçõesA família de Luciano Fagundes de Souza, que mora em Itajaí, está inconformada e ainda não entende como o acidente ocorreu. A cunhada dele, Sandra Regina da Silva Bento, conta que Luciano pretendia se mudar de Itajaí para Rio Negrinho no sábado e estava com o casamento marcado para dezembro do ano que vem.

A dona de casa também destacou que o cunhado, apesar de pilotar helicópteros, tinha medo de altura.

— Ele não gostava de ficar na sacada do prédio, mas quando ele voava essa preocupação desaparecia. O Luciano dizia que ‘lá em cima’ não tinha medo porque era ele quem pilotava—, disse.

Luciano foi instrutor em São Paulo e no Rio de Janeiro antes de trabalhar na Seka. Ele tinha mais de 1,3 mil horas de voo. Luciano foi enterrado no domingo, no Cemitério de Espinheiros, em Itajaí.
2ª CIA BA/PM / Divulgação
Destroços foram encontrados perto do meio-dia de sábado
Foto:  2ª CIA BA/PM  /  Divulgação

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