sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Anac diz que empresa responsável por helicóptero recebeu auto de infração

Marianna Ribeiro | Rio+ | 09/12/2011 19h59
Foto: Reprodução de InternetEm uma luta que já dura seis meses, Márcia Noleto, que perdeu a filha Mariana Noleto, namorada de um dos filhos do governador do Rio, Sérgio Cabral, em um acidente de helicóptero, pede que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) dê satisfações sobre o caso. Sete pessoas morreram no acidente. A aeronave era pilotada por Marcelo Mattoso, que estava com registro para voar vencido.
Procurada pelo SRZD, a assessoria da Anac informou em nota que um processo administrativo foi aberto e, ao atestar que Marcelo Mattoso dirigia a aeronave irregularmente pela empresa First Class Group, dona do helicóptero, a mesma recebeu um auto de infração.
Segundo a agência, a empresa foi punida ainda com outro auto de infração porque o piloto permitiu que o número de pessoas embarcadas superasse a quantidade permitida para o modelo de aeronave. O piloto Felipe Calvino Gomes também foi penalizado com dois autos de infração a partir da constatação de duas omissões em registros de voos efetuados por ele mesmo no dia do acidente, de acordo com a Anac.

Em seu site, a Anac divulgou no último dia seis de dezembro um informe dizendo que o sistema "Decolagem Certa (DCERTA)" está sendo aprimorado. Lá, a Anac explica que o sistema fará envio automático de e-mail ao piloto solicitante com autorização do trecho cadastrado, a aeronave utilizada e os lugares de pouso para origem e destino.
Segundo o informe, com essas medidas "a Agência vai aumentar ainda mais a segurança das operações aéreas para evitar que algum piloto utilize fraudulentamente o registro de outro aviador".
Márcia Noleto disse ao SRZD que quer uma reunião com o presidente da Anac para que essas novas regras sejam explicadas aos parentes das vítimas, afinal, desde junho eles lutam por uma mudança no sistema de fiscalização de voos. Ela informou que até hoje as famílias não sabem as causas do acidente porque não tiveram acesso às investigações ou à perícia.
Para Garna Kfuri, que perdeu quatro familiares no acidente, esse novo sistema tem que ser exposto e eficiente.
"Quero entender o que eles vão fazer. Por que eles não aceitaram se reunir conosco? Por que não avisaram sobre esse novo sistema? Queremos uma reunião com eles", disse Garna ao SRZD, ressaltando que as famílias buscam resposta para o caso e também mudanças para que outras pessoas não sejam vítimas do sistema que matou seus familiares.
Investigações estão a cargo da Cenipa, diz Anac
A agência informou que o responsável pelas investigações é o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O SRZD tentou entrar em contato com o órgão mas não obteve respostas por e-mail ou telefone.

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