quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quando aviões e helicópteros transformam o céu em inferno.

Moradores de bairros da Zona Sul reclamam do barulho provocado pelas aeronavesHELICÓPTEROS INFERNIZAM a vida de moradores do Humaitá com voos muito baixos e barulhentos Foto: Foto da leitora Cinthia BarkiHELICÓPTEROS INFERNIZAM a vida de moradores do Humaitá com voos muito baixos e barulhentos



FOTO DA LEITORA CINTHIA BARKI
Um barulho insistente, produzido por turbinas e hélices, faz parte da rotina dos moradores do Humaitá, do Jardim Botânico e de Santa Teresa. A passagem de helicópteros e aviões sobre os bairros durante todo o dia tem provocado vários protestos, que podem parar na Justiça.
Há alguns anos, a aposentada Cintia Barki decidiu trocar Copacabana pelo Humaitá. Buscava mais sossego, mas o canto dos pássaros que a atraiu no passado é interrompido diariamente por helicópteros que fazem voos turísticos até o Corcovado. Ela lembra que, no último carnaval, as aeronaves passavam em intervalos de menos de três minutos.
— A rota dos voos fere nossa segurança, causa danos à saúde da população por causa da poluição sonora e afeta os animais da Mata Atlântica — argumenta a moradora, que elaborou um dossiê com regulamentações da legislação aérea brasileira e de outros países.
Por sua vez, as associações de moradores do Jardim Botânico e do Humaitá organizam um abaixo-assinado em conjunto para apresentar uma denúncia ao Ministério Público estadual.
Em Santa Teresa, o clima também é de revolta. A artista plástica Ana Duraes conta que não consegue relaxar por causa dos aviões e helicópteros que passam constantemente sobre o bairro.
— Acordo muito cedo todos os dias por conta dos voos. Há alguns dias, estava conduzindo entrevistas em casa para um trabalho e tive de fazer várias interrupções porque sempre passava um avião — reclama Ana.
O italiano Stefano Macchi, que tem uma hospedaria em Santa Teresa, diz que várias pessoas já se mobilizaram para tratar do problema. Uma série de e-mails foi trocada entre moradores e a Infraero, mas o problema permanece sem solução.
— Parece que o Aeroporto Santos Dumont adotou uma rota de emergência como trajeto regular. Não entendemos a razão disso — diz Macchi.
Segundo a Infraero, “há um estudo para a aplicação de uma nova proposta de aproximação em descida contínua, que evitaria o incômodo provocado pelos aviões em alguns bairros da Zona Sul”. O órgão alega que as rotas em uso foram traçadas levando em consideração condições meteorológicas e a impossibilidade de sobrevoo da Baía de Guanabara, por onde transitam helicópteros e jatos que seguem para o Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim.


 http://oglobo.globo.com/zona-sul/quando-avioes-helicopteros-transformam-ceu-em-inferno-3440730#ixzz1gcicqa50

Nenhum comentário:

Postar um comentário