Fonte: Inovação Tecnológica - 03/02/2012
Engenheiros alemães foram buscar inspiração nas baleias para criar helicópteros mais rápidos e mais fáceis de manobrar.Os helicópteros devem sua capacidade de decolar e pousar verticalmente ao seu rotor principal, mas isso também tem desvantagens aerodinâmicas.
O fluxo de ar sobre a lâmina do rotor que está se movendo para trás cria turbulência, perda relativa de sustentação e exerce grandes forças sobre o rotor como um todo. Isto aumenta o arrasto aerodinâmico e submete todo o conjunto a uma carga maior do que o necessário - os passageiros também sentem tudo isso na forma de vibrações.É para compensar essas deficiências aerodinâmicas que os engenheiros estão trabalhando na construção de um helicóptero-avião.
Engenheiros da agência espacial alemã, a DLR, parecem ter finalmente encontrado uma solução para minimizar, ou mesmo eliminar, todos esses problemas. A inspiração veio de saliências encontradas nas barbatanas das baleias-corcunda, conhecidas por suas capacidades acrobáticas."As pesquisas mostraram que essas saliências retardam significativamente a ocorrência da perda de velocidade (stalling) e aumenta a flutuabilidade," disse Holgei Mai, que está testando esse conceito nos helicópteros juntamente com seu colega Kai Richter.
Os fluxos na água são fenômenos similares aos fluxos no ar - os cientistas só tiveram que adaptar as dimensões das saliências. As saliências artificiais - por enquanto construídas em borracha - são menores do que as das baleias, com um diâmetro de 6 milímetros e pesando apenas 0,04 grama cada uma.
Para helicópteros novos e usados
Depois de testar o conceito no túnel de vento, com excelentes resultados, os dois engenheiros tiveram autorização para instalar as "lâminas-barbatana" em um helicóptero Bo-105.
Depois de testar o conceito no túnel de vento, com excelentes resultados, os dois engenheiros tiveram autorização para instalar as "lâminas-barbatana" em um helicóptero Bo-105.
As quatro lâminas do rotor receberam um total de 186 saliências (foto), agora já batizadas tecnicamente de LEVoGs (Leading-Edge Vortex Generators - geradores de vórtices na borda frontal, em tradução livre). "Os pilotos perceberam imediatamente uma diferença no comportamento das lâminas do rotor," conta Richter.Com um resultado tão promissor, sensível pelo piloto, a dupla agora está trabalhando na montagem de equipamentos especiais de medição para mensurar os efeitos obtidos com precisão. Segundo eles, a grande vantagem da nova tecnologia é que ela poderá ser aplicada aos helicópteros já fabricados, mediante a instalação de saliências na forma de um revestimento.Para os helicópteros novos, as bordas das lâminas de titânio poderão ser fresadas durante o processo de fabricação.
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