segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Avião testa querosene de cana

O primeiro querosene para aviões produzido de cana-de açúcar será testado em uma aeronave Embraer da Azul Linhas Aéreas no início de 2012. Desenvolvido pela Amyris, centro de pesquisa instalado no Techno Park, em Campinas, o combustível renovável é parte de uma linha de pesquisa em busca de biocombustíveis que podem diminuir as emissões de gás de efeito estufa e fornecer uma alternativa sustentável aos combustíveis de petróleo para aviões. A empresa planeja comercializar o querosene de cana para aviões em 2014. A empresa informou que começou a testar o querosene de cana para aviões em motores maiores e com fabricantes de aeronaves e outras indústrias participantes do setor como o Air Force Research Laboratory E.U., Southwest Research Institute, e a GE Aviation. No Brasil, um projeto com a Embraer, General Electric e Azul está avaliando os aspectos técnicos e de sustentabilidade.

As fabricantes de aviões Boeing e Embraer e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão financiando uma análise de sustentabilidade para a produção do biocombustível para jatos desenvolvido pela Amyris. O estudo está fazendo uma análise do ciclo de vida das emissões associadas com o combustível de fonte renovável, incluindo mudança do uso indireto da terra e seus efeitos. Programado para ser concluído no início de 2012, o estudo está sendo coordenado pelo Icone, uma incubadora brasileira de pesquisas que atua na agricultura e análise de biocombustíveis. No projeto, o World Wildlife Fund (WWF) atua como consultor independente.

A Amyris já desenvolveu um diesel de cana, o primeiro renovável, não poluente, obtido da cana-de-açúcar. Os testes de bancada com motores Mercedes foram concluídos e mostraram que a utilização de 10% do diesel de cana no tanque misturado ao biodiesel tradicional reduziu em 9% a emissão de material particulado, não aumentou a emissão de óxido de nitrogênio, não afetou o desempenho do motor e nem o consumo de combustível. A Mercedes está testando o novo diesel no transporte coletivo de São Paulo. Com 100% de diesel de cana, o desempenho é muito superior. Os testes mostram redução de 6,3% de óxido de nitrogênio, 12,5% de material particulado, 3,2% de dióxido de carbono, 11,8% de hidrocarbonetos, 34,5% de monóxido de carbono.
Unicamp pode ter centro de pesquisa de biocombustíveis

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma candidata, entre universidades paulistas, a sediar um centro de pesquisas em biocombustíveis para aviões. A definição da localização desse centro será feita com base em estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e as fabricantes de aviões Boeing e Embraer. O estudo fará um mapeamento das pesquisas relacionadas com a produção e distribuição do combustível renovável e vai pautar o edital que selecionará a sede do centro. O diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, disse ontem que o maior desafio do centro de pesquisa será encontrar um biocombustível que preencha os requisitos físicos, energéticos, econômicos e de mercado (fornecimento). “O que se busca é um combustível que possa substituir o querosene de aviação sem se mudar nada no resto da turbina e dos controles”, afirmou.


FONTE :Agemcamp

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