domingo, 29 de janeiro de 2012

Frota de helicópteros no Amazonas cresce mais de 60% em dois anos

Mesmo com o aumento do número de aeronaves, o Estado falha em infraestrutura para o tipo de transporte

Foto: Shutterstock
MANAUS – Estatísticas da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) apontam que a frota de helicópteros do Amazonas registra gradual e constante crescimento. Após aumentar a frota de helicópteros em 45,5% de 2009 para 2010, o crescimento do último período, até o ano de 2011, alcançou a taxa de 18,8%. Agora, o espaço aéreo do Estado conta com 19 máquinas registradas .
Em 2010, o Amazonas contava com 16 máquinas. Já no ano seguinte, três novas aeronaves do modelo R44II entraram em circulação no Estado. Dentre as principais marcas estão a Helibras , com sete helicópteros , Robinson Helicopter, com quatro e Bell Helicopter, com três. O crescimento da frota aponta a evolução do transporte por helicóptero.
Apesar desse crescimento, aeroviários ouvidos pela reportagem afirmam que a estrutura da cidade ainda é falha e insuficiente para o pleno exercício deste tipo de translado. Segundo o diretor de uma empresa de táxi aéreo de Manaus, Cassiano Ouroso, há apenas três pontos de parada da aeronave, os chamados helipontos. “Além disso, dois (em dois hotéis de grande porte) estão desativados por não responderem às exigências da Anac. O heliponto remanescente funciona na sede do Governo do Estado, na Compensa”, contou.
As empresas atuantes no mercado de transporte aéreo com helicópteros reconhecem a necessidade de mais helipontos. A falta da estrutura reflete, por exemplo, na necessidade de aeronaves com pacientes do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto pousarem em plena Avenida Mario Ypiranga em casos de remoção ou entrada de emergência.
A lista de padrões a serem seguidos pelos heliportos se prolonga entre mínimos detalhes de segurança, infraestrutura e topografia. Entre eles, está a escolha de locais em áreas de circunferência de 1 quilômetro de raio, cuja região central seja o centro geográfico da área de pouso. Além disso, os acidentes geográficos e edifícios mais proeminentes, com suas respectivas altitudes, devem ser registrados.
Demanda dos helicópteros
O empresário Robson Teixeira trabalha com duas aeronaves do modelo Robson. Dentre os serviços mais solicitados pelos clientes, estão o transporte de cargas, fotografia panorâmica e turismo. “Percebemos o aumento da demanda, mas sentimos que a falta de pontos de pouso nos deixa inseguro. O helicóptero, como qualquer outro tipo de aeronave, está suscetível a pousos de emergência e é difícil encontrar pontos apropriados para descida”.
Os voos de helicópero no Amazonas variam de R$ 3,5 mil a R$ 10 mil por hora, de acordo com o empresário Ouroso. Ele contou que a companhia opera atualmente com duas máquinas com espaço para três passageiros, além do piloto. Para trajetos turísticos, o valor pode chegar até R$ 2 mil. “O voo turístico dura em torno de meia hora para visitar os principais pontos da capital. Passamos pelo Teatro Amazonas, Janauarilândia – em Iranduba-, e Ponta Negra”, contou.
O Aeroclube de Manaus anunciou que planeja a construção de um novo heliponto até o fim do ano de 2012. “Precisamos acompanhar o crescimento da demanda para que o tipo de transporte continue em desenvolvimento no Estado”, contou Ouroso.

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