terça-feira, 2 de outubro de 2012

Polícia Federal investiga sabotagem em helicóptero do Ibama em MT


Um dos fios do sistema responsável pela potência das hélices foi cortado.
Transporte era usado para identificar áreas desmatadas no norte de MT.


O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acionou a Polícia Federal para investigar uma suspeita de tentativa de sabotagem no helicóptero que é utilizado para fiscalizar as áreas desmatadas na região norte de Mato Grosso. A fiscalização foi reforçada no estado para conter os crimes ambientais. O helicóptero era usado pelos fiscais do instituto para identificar as áreas desmatadas na região norte de Mato Grosso.
Todos os dias os fiscais utilizam a aeronave para ir a campo. Quando os pilotos se preparavam para mais uma decolagem na semana passada, o computador de bordo da aeronave identificou uma pane. O mecânico descobriu o problema no motor. De acordo com o órgão, um dos fios responsável pela potência das hélices do helicóptero foi cortado.
O helicóptero estava no aeroporto de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá. A Polícia Federal vai analisar as imagens das câmeras de segurança para tentar identificar algum suspeito. Os fiscais do Ibama estão preocupados. “(A sabotagem) poderia sim causar algum acidente aéreo e levar, inclusive, a óbito todos os tripulantes. Isso é extremamente grave”, afirmou o chefe da Divisão Técnica Ambiental, Renê Luis de Oliveira. No processo aberto pelo Ibama, a Polícia Federal investiga dois crimes. Atentado contra a segurança do transporte aéreo e tentativa de homicídio.
Mas a fiscalização não parou e foi reforçada com a chegada de 250 fiscais. Desde o início da operação, os fiscais têm enfrentado dificuldades para coibir o desmatamento no estado. Durante a travessia de balsa, por exemplo, uma caminhonete do Ibama caiu em um rio. Os fiscais conseguiram sair antes e não se machucaram.
Um dos ilícitos durante a operação foi registrado na reserva indígena Caiabi. Na área, os fiscais descobriram desmatamentos provocados por uma pousada que funcionava de forma ilegal na área. De acordo com o Ibama, o proprietário pagava uma gratificação para os índios. “Eles tinham um acordo com os indígenas, até com o pagamento mensal de R$ 4 mil para a comunidade indígena para poder funcionar e poder utilizar esse empreendimento dentro da terra indígena”, salientou Oliveira.
Na região do município de União do Sul, a 689 quilômetros de Cuiabá, os fiscais detectaram mais um ilícito. O Ibama já tinha embargado uma área degradada para, justamente, permitir a regeneração das árvores. Mas a ordem foi descumprida e todas as árvores foram abatidas. Segundo os fiscais, o fazendeiro derrubou as árvores da reserva legal, parte da floresta que deveria ser mantida intacta e gerou um desmatamento do tamanho de 600 campos de futebol.
Os fiscais detectaram que a propriedade já estava sendo preparada para o plantio de grãos. Depois da derrubada das árvores, outro flagrante foi detectado bem próximo dali. Uma floresta inteira virou cinzas. O Ibama informou que a multa pode chegar a R$ 5 milhões.
Neste ano, em Mato Grosso, 235 propriedades foram multadas por desmatar florestas ilegalmente. “Aquele infrator que insistir em produzir nessas áreas, terá toda a sua produção apreendida, seu maquinário apreendido e as empresas que adquirirem produtos produzidos nessas áreas também serão responsabilizadas”, finalizou Gustavo Podestá, coordenador de Fiscalização do Ibama.

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